domingo, 23 de setembro de 2007

manifesto - desde 27 de julho à espera de se poder fazer público :)

Há confusões do caraças!
Há os pais e há os filhos... e os pais que não entendem (ou se recusam terminantemente a reconhecê-lo) que a história de uns e outros, não pode nem deve (a bem da saúde de todos) ser escrita pela mesma mão.
Eu entendo que os mais velhos desejem com todas as forças (e se esforcem ao máximo nesse sentido) um caminho brilhante, pintado dos tons mais alegres, para as respectivas crias. Não entendo nem aceito, contudo, que o queiram percorrer por eles. Tão pouco que se gastem (e que nos gastem a paciência a nós) a decidir a direcção a escolher, o meio de transporte, a bagagem, a companhia, e a música para a viagem!
Não está certo! Não é saudável! É cansativo. Mais, dolorosamente cansativo para o filho que exaspera a tentar perceber o mundo com os seus sentidos, pensar por si, a procurar o seu contexto! Até porque, as duas histórias estão íntima e definitivamente ligadas por esse elo que chamamos filiação, e que implica outros como o amor, o respeito e o desejo de felicidade mútuos... sem necessidade de trelas apertadas, chantagens castradoras, projecções de umas vidas noutras. Pais e filhos serão sempre pais e filhos, os dois lados da relação humana mais perfeita (tanto mais, aliás, quanto maior a liberdade com que ambos a vivem). E as misturas das vontades, desejos e medos de uns e outros, as invasões de umas vidas por outras, resultam, obviamente, em confusão. Porque, ainda que a princípio possa fazer algum sentido (para o usurpador dos referidos marcos individuais) e pareça um exercício controlado... o caos produzido acaba inevitavelmente por se revelar. Na forma de filhos descontentes consigo e com a vida, porque são marionetas que ilustram uma história contada pelos pais, de pais frustrados e infelizes, porque os filhos não aceitaram a “sugestão” de sair na segunda à esquerda, como lhes indicaram ou, no pior dos cenários, na forma de crias e progenitores infelizes e atreitos a discórdias...resultado da luta pela libertação, no caso dos primeiros, e pela manutenção (ou estreitamento, nos casos mais problemáticos) do elo que já não é mais de união entre ambos!
A história é clara! Pais e filhos, uns com outros, mas não uns nos outros. Para que as histórias de ambos sejam dotadas de um propósito e de uma individualidade que, bem vistas as coisas, faz parte da pessoa e da vida de cada um.

beijito determinado:)

sábado, 22 de setembro de 2007

viagens...

Hoje o meu relógio largou a correr e só parou na infância. E foi delicioso. Reencontrei um senhor que já era apenas uma memória das férias de verão da ana pequenita! Um desses velhinhos de pele enrugada e muito curtida pelo ar salgado da praia. Desses que falam pouco, mas têm histórias para nos entreter um dia inteiro. Dos que sabem o que dizem as núvens e conhecem de cor as manias do mar. Os que acertam sempre no “tempo que vai fazer amanhã” e sabem a data exacta em que o vento vai deixar de arrastar núvens para cima da nossa praia.

(considerações de 20-7-07... no algarve, de férias com os papás e o mano)

let the party begin ;)

Até já estou a imaginar os comentários: pfff...gaveta de coisas...é mesmo “coisa de gaja”... Pois, desenganem-se. Assegura a proprietária da dita gaveta tratar-se antes de “coisa de ana”, mais do que de fêmea. E de utilidade elevada, por sinal.
E mais, arrisco mesmo considerá-la espaço essencial na vida de qualquer pessoa. Venha daí a voz do primeiro que após 5 minutos de busca em casa ou no escritório, não der com um exemplar desta espécie. A verdade é que, ainda que de modo alheio à vontade, ou mesmo à consciência do proprietário, a gaveta de coisas acaba por se instalar, primeiro dissimulada... assumindo depois papel preponderante na organização (ou antes como consequência da sua inexistência, digamos em abono da verdade) de cada um.
Na minha gaveta de coisas guardo... coisas, justamente! Importantes e nem por isso! Geralmente as não pertencentes a género algum. Sim, não são canetas nem brincos, mas também não são cd’s nem cuecas. São pontas soltas no novelo da minha arrumação, que guardo porque sim, mas que não encaixam noutro espaço, tão bem como na minha gaveta de coisas :)
Assim imaginei este espaço, a minha gaveta de coisas que são ideias e descobertas, e partilhas e desabafos, mil e uma coisas, coisas do arco da velha, coisas de ontem e de hoje. Uma forma de guardar coisas de mim nos que me queiram ler. Os ventos que ora me agitam a alma, ora a embalam docemente... as vivências que me fazem doer o peito do tanto que o apertam, e as que o deixam a explodir, tamanha a quantidade de sentimento que carregam... as coisas que são e também definem a ana.
Ora, está então oficialmente anunciado o meu regresso (desta vez efectivo, até porque não tenho 3 barrigas para alimentar – recordem-se os 3 fotologs que acabei por desleixar... por arrumar no fundo da gaveta, portanto) às partilhas, sérias ou idiotas, próprias ou alheias, coisas que não posso nem consigo guardar só para mim :)