sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

amarelo...


… é seguramente a cor do desespero. de outra forma não se explica a extraordinária mudança de cor do mr leximatic (o peixe albino que o meu mano recebeu pelo natal), que asseguro, era de um branco quase imaculado antes de se ver encurralado no mesmo espaço que o alucinado que lhe saiu por companheiro! eu acredito que o preto não faça por mal mas…por Deus, é impossível de aturar! além da hiperactividade, extenuante para quem se veja obrigado a acompanhar-lhe o ritmo, tem uma panca pelas bolhas da bomba de oxigenação, como nunca vi! é completamente louco! suspeito que o amarelo só ainda não saltou borda fora para uma morte lenta mas libertadora, porque o aquário tem tampa (se me esquecer da mesma fora do sítio…é eutanásia, ou a coisa passará sem consequências - pelo menos do ponto de vista jurídico – para o meu lado?!).
talvez seja sintomático do SPE (Síndrome Pré-Exame), mas ultimamente dou comigo perdida a olhar para os peixes… e claro que já tenho opinião sobre o assunto :)

- se o preto falasse, seria do estilo “burro do shrek”, num constante “escolhe-me a mim, escolhe-me a mim! Já viste a máquina das bolhas?! É fixe, não é?! Olha o que eu sei fazer! E assim, consegues?! Hey, olha bolhas, não queres brincar com as bolhas?! Não achas giro dar cambalhotas?! Tens cócegas? E aqui?!”. aquele tipo exasperante, que não se cala nem amordaçado, dorme quando finalmente entra em coma por esgotamento, e que gira constantemente à nossa volta e se ensarilha nos pés! (mano, reconheces alguém nesta descrição?!)
- o (ex)albino, por seu lado, aposto que dava tudo para ter braços e poder fazer uso de violência. e se falasse já tinha mandado o alucinado ver se conseguia passar no filtro! o pobre bem que tenta afastar-se dele e virar-lhe costas, mas nos escassos 200 cm3 do aquário, as hipóteses de fuga são muito limitadas! além do mais, como a tentativa de virar transparente fracassou, e o peixe está cada vez mais amarelo, passar despercebido também já deixou de ser hipótese a considerar.

eu por cá, queixo-me de ter muito que estudar, mas afinal consigo tempo para estarrecer a olhar para o aquário, para tecer juízos de valor acerca do que observo, e ainda para os partilhar convosco. partindo do princípio (mais que comprovado) que o tico é “monocanal”, conclui-se que o cenário não pode estar tão negro como o vejo!

beijito a desejar o dia 12 de fevereiro (último exame desta ronda)
ana:)

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

precisa-se:

marreta grande e pesada para espancar as xxxxx xxx xxxxxx (imaginem isto como o jogo da forca em versão hardcore, e dêm asas à vossa veia menos polida) do andar de cima. Eu até sou uma miúda pacífica, mas as senhoras têm-me deixado o neurónio feito num farrapo! demência é de certeza, só ainda não descobri que zona do cérebro está afectada, para andarem o dia inteiro aos berros (uma com a outra, com os 3 netos que também lá vivem, e com os homenzinhos verdes, suponho, porque às vezes não oiço resposta), e insistirem em arrastar o mobiliário a partir das 11 da noite (com um preciosismo mórbido, agravado no período de exames - vos assegura a minha insónia). é que é verdadeiramente desesperante!
almofada para o rabo, que entre as horas sentada a estudar em casa, e as horas de estudo na biblioteca, as refeições, e as idas à casa-de-banho (desculpem, mas eu tinha que dizer isto, à conta do denominador comum - posição), qualquer dia tenho úlceras por pressão em fase III no rabo - epah, aprovei geriatria em dezembro e cirurgia hoje + estudei UPP em ambas = tinha de aplicar o conhecimento adquirido (até porque não mo perguntaram em nenhum dos exames!).
descomplicador... mas preciso tanto! eu tento convencer-me que sei as coisas (e consigo momentos de lucidez, em que acredito e tudo); estudo mais durante a madrugada e a manhã, porque sei que de tarde o tico começa a perder peças (à noite piora e dou com o pobre a andar à roda e a gritar que é o "chico peão"); saio de casa, e vou alternando entre a sala e o quarto, ou a biblioteca; planto-me na tv, depois de jantar, a entreter o neurónio com alguma série tipo chiclet (dessas que não fazem pensar); esforço-me por dormir bem (apesar do esforço em sentido contrário das senhoras de cima)... e invariavelmente, ando o período de exames feita numa passa, com um humor urticante, e mais volátil que o éter a 100% que a lita tem no laboratório. nem eu me aguento, chiça!
termómetro de contar pra baixo, que os nossos de contar para cima baralharam-se por alturas dos congelantes 10 - 12 ºC negativos. os termómetros e eu, a bem dizer, que nesse momento dei conta da tramóia! andei 2 anos convencida que estava a estudar em salamanca, e vim agora a descobrir que, afinal estou em exílio (e consentido) na ucrânia! Tem dias em que me dá medo de perder nariz, orelhas e dedos dos pés no caminho de casa à faculdade!
e pronto, posto isto, retiro-me, que neste momento, o que mais se precisa mesmo é almoço!
beijito assim
ana:)
p.s. "não se precisa" tampões para os ouvidos, que já os comprei e tenho a dizer que, depois do propanolol, são a melhor invenção para facilitar e tornar superável a época de exames!

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

é uma menina!


foi o que o doutor disse, quando a tirou da barriga da mãe, entretanto completamente pedrada pela anestesia (e eu aposto que, ao mesmo tempo também reparou, ainda que não o tenha verbalizado, tratar-se da menina mais bonita que alguma vez ajudou a nascer!).

o que o bom do doutor se esqueceu de referir, foi uma série de outras características da princesa:
- nasceu retorcida como a haste do bicho que lhe dá nome ao signo;
- obstinada como só ela, é incapaz de aceitar um “quase” como resultado, e insiste até atingir os objectivos pretendidos;
- avessa ao parasitismo, à acefalite e à permissividade, ferve fácil frente a demonstrações do género;
- transparente em demasia num par de situações, dispara o automático antes de ter tempo de apertar o botão vermelho – omite-se o resultado, pelos motivos óbvios;

eu por cá, acho que é uma afortunada! senão veja-se: ainda não sei bem como, mas conseguiu dar a volta à cegonha, que a deixou cair no colo de dois papás maravilhosos, e que ainda por cima aceitou o suborno e trouxe o mano perfeito uns anos depois. tem mau-génio sim, mas um coração grande e extensível, sabe aproveitar as coisas simples da vida (e fá-lo com gosto), e alegra-se com a felicidade alheia. não deseja apenas, antes corre atrás da satisfação do objectivo cumprido, sem se deixar intimidar pela dificuldade ou pela distância do percurso, e sem problemas em aceitar (e superar) umas quantas quedas pelo caminho. porque uma qualquer entidade superior se aplicou nesse sentido, ao longo da vida foi sendo brindada com amigos coloridos, conquistas e muitos motivos para manter o sorriso colado na cara.

acima de tudo, é como a própria afirma: apesar de ter nascido a roçar a parvoíce, é feliz no actual estado de coisas, de modo que, enquanto puder continuar assim, prefere não mexer... para não estragar!

beijito de parabéns, nita :)